Maria Alberta Menéres – As pedras
16 de Abril, 2021Luis Carmelo – “O pássaro transparente”
16 de Abril, 2021Construção
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
Construção de Chico Buarque
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e desgraça que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague
Construção de Chico Buarque
Francisco Buarque de Hollanda
[Rio de Janeiro, 1944]
Francisco Buarque de Hollanda mais conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo, escritor e ator brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.
Escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Em 1971, foi lançado Construção, tido pela crítica como um de seus melhores trabalhos, e em 1976, Meus Caros Amigos - ambos os discos figuram, por exemplo, na lista dos 100 maiores discos da música brasileira organizada pela revista Rolling Stone Brasil.
Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos uma carreira literária, sendo autor de peças teatrais e romances. Foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010. Em 2019, foi distinguido com o Prémio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.
Escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Em 1971, foi lançado Construção, tido pela crítica como um de seus melhores trabalhos, e em 1976, Meus Caros Amigos - ambos os discos figuram, por exemplo, na lista dos 100 maiores discos da música brasileira organizada pela revista Rolling Stone Brasil.
Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos uma carreira literária, sendo autor de peças teatrais e romances. Foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010. Em 2019, foi distinguido com o Prémio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.
Amoreira
Localizada no Litoral Oeste da Estremadura, no sopé da serra que lhe dá o nome, Amoreira é uma das sete Freguesias que compõe o concelho de Óbidos, no distrito de Leiria.
É uma Vila antiga, com foral outorgado por D. Manuel, a 14 de Setembro de 1512 e pertencia à Casa das Rainhas, possuindo Misericórdia, Hospital e praça de touros, da qual ainda existem as ruínas. A importância da vila, a que as jazigas minerais emprestavam reconhecida prosperidade, e a extensão do seu território deram origem à formação de pequenos aglomerados populacionais, que, com o decorrer dos anos, foram progredindo e conquistando a sua emancipação.
A Amoreira foi uma terra com bastante importância, em tempos idos, chegando mesmo a rivalizar com Óbidos. Desde o século XII que a zona litoral da freguesia da Amoreira despertara interesse nas casas reais, quer pela caça, quer pela pesca na lagoa de Óbidos.
As principais atividades económicas são a agricultura, indústria pecuária, indústria de serração e transformação de madeiras, construção civil, indústria de cerâmica.
Nesta freguesia pode-se visitar a Igreja Matriz Nossa Senhora de Aboboriz e a Ermida de Jesus, Maria e José como principais pontos de interesse. Possui também um fontanário datado de 1886, um cruzeiro do século XVIII e dois moinhos de vento.
Pontos de interesse: https://freguesiadeamoreira.pt/
Igreja Nª Srª Aboboriz
Centro histórico/Praça Dr. Azeredo Perdigão
Parque do Rio - zona desportiva/lazer
Capela Jesus Maria José
Moinhos (Serra da Amoreira)
Vale de Janelas (praia)
Praia D`el rey
vários pontos de miradouro
Percursos Pedestres:
Rota dos Moinhos - PR10 (brevemente disponível online)
Ecovia do Furadouro
É uma Vila antiga, com foral outorgado por D. Manuel, a 14 de Setembro de 1512 e pertencia à Casa das Rainhas, possuindo Misericórdia, Hospital e praça de touros, da qual ainda existem as ruínas. A importância da vila, a que as jazigas minerais emprestavam reconhecida prosperidade, e a extensão do seu território deram origem à formação de pequenos aglomerados populacionais, que, com o decorrer dos anos, foram progredindo e conquistando a sua emancipação.
A Amoreira foi uma terra com bastante importância, em tempos idos, chegando mesmo a rivalizar com Óbidos. Desde o século XII que a zona litoral da freguesia da Amoreira despertara interesse nas casas reais, quer pela caça, quer pela pesca na lagoa de Óbidos.
As principais atividades económicas são a agricultura, indústria pecuária, indústria de serração e transformação de madeiras, construção civil, indústria de cerâmica.
Nesta freguesia pode-se visitar a Igreja Matriz Nossa Senhora de Aboboriz e a Ermida de Jesus, Maria e José como principais pontos de interesse. Possui também um fontanário datado de 1886, um cruzeiro do século XVIII e dois moinhos de vento.
Pontos de interesse: https://freguesiadeamoreira.pt/
Igreja Nª Srª Aboboriz
Centro histórico/Praça Dr. Azeredo Perdigão
Parque do Rio - zona desportiva/lazer
Capela Jesus Maria José
Moinhos (Serra da Amoreira)
Vale de Janelas (praia)
Praia D`el rey
vários pontos de miradouro
Percursos Pedestres:
Rota dos Moinhos - PR10 (brevemente disponível online)
Ecovia do Furadouro