
Miguel Torga – Viagem
16 de Abril, 2021
Sophia de Mello Breyner Andresen – Fundo do mar
16 de Abril, 2021Regresso
E contudo perdendo-te encontraste.
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste.
Antes de ti o mar era mistério.
Tu mostraste que o mar era só mar.
Maior do que qualquer império
foi a aventura de partir e de chegar.
Mas já no mar quem fomos é estrangeiro
e já em Portugal estrangeiros somos.
Se em cada um de nós há ainda um marinheiro
vamos achar em Portugal quem nunca fomos.
De Calicute até Lisboa sobre o sal
e o Tempo. Porque é tempo de voltar
e de voltando achar em Portugal
esse país que se perdeu de mar em mar.
Regresso de Manuel Alegre in “Manuel Alegre – 30 anos de poesia”
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste.
Antes de ti o mar era mistério.
Tu mostraste que o mar era só mar.
Maior do que qualquer império
foi a aventura de partir e de chegar.
Mas já no mar quem fomos é estrangeiro
e já em Portugal estrangeiros somos.
Se em cada um de nós há ainda um marinheiro
vamos achar em Portugal quem nunca fomos.
De Calicute até Lisboa sobre o sal
e o Tempo. Porque é tempo de voltar
e de voltando achar em Portugal
esse país que se perdeu de mar em mar.
Regresso de Manuel Alegre in “Manuel Alegre – 30 anos de poesia”
Manuel Alegre
[Águeda, 1936]

Poeta. Fez os estudos secundários no Porto, altura em que fundou, com José Augusto Seabra, o jornal Prelúdio. Do Liceu Alexandre Herculano, do Porto, passou a Coimbra, em cuja Universidade foi estudante de Direito, de par com uma grande actividade nas áreas da política, da cultura e do desporto. Destacado elemento dos movimentos estudantis, fez parte da Comissão da Academia que apoiou a candidatura de Humberto Delgado a presidente da República; foi um dos fundadores do Centro de Iniciação Teatral da Universidade de Coimbra (CITAC) e membro do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), foi ainda director do jornal A Briosa, redactor da revista Vértice e colaborador da Via Latina; praticante de natação, representou a Académica em provas internacionais.
Em 1962, foi mobilizado para Angola, tendo aí participado numa tentativa de revolta militar, pelo que esteve preso no forte de São Paulo de Luanda, cárcere onde conheceu Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Libertado da cadeia angolana, foi desmobilizado e enviado para Coimbra em regime de residência fixa. Em 1964, exilou-se para Argel, onde viveu dez anos. Ali seria dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), presidida por Humberto Delgado, e principal responsável e locutor da emissora de combate à ditadura de Salazar, «A Voz da Liberdade». Após o 25 de Abril, regressou a Portugal, passando a dedicar-se à política no seio do Partido Socialista de que é membro da Comissão Política. Fez parte do 1º Governo Constitucional e tem sido desde então deputado à Assembleia da República. É também membro do Conselho de Estado, do Conselho das Ordens Nacionais e do Conselho Social da Universidade de Coimbra.
Foi o primeiro português a receber o diploma de membro honorário do Conselho da Europa. Entre outras condecorações, recebeu a Grã Cruz da Ordem da Liberdade (Portugal), a Comenda da Ordem de Isabel a Católica (Espanha) e a Medalha de Mérito do Conselho da Europa.
Em Setembro de 2005 apresentou a sua candidatura à Presidência da República nas eleições agendadas para Janeiro de 2006.
Como poeta, começa a destacar-se nas colectâneas Poemas Livres (1963-1965), publicadas em Coimbra de par com o «Cancioneiro Vértice». Mas o grande reconhecimento dos leitores e da crítica nasce com os seus dois volumes de poemas, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), logo apreendidos pelas autoridades, mas com grande circulação nos meios intelectuais. Começando por tomar por base temática a resistência ao regime, o exílio, a guerra de África, logo a poesia de Manuel Alegre evoluiria num registo épico e lírico que bebe muito em Camões e numa escrita rítmica e melódica que pede ser recitada ou musicada. Daí ser tido como o poeta português mais musicado e cantado, e não só em Portugal, mas também, por exemplo, na Galiza (Grupo «Fuxan Os Ventos») e na Inglaterra (Tony Haynes, BBC). Daí Urbano Tavares Rodrigues: «Os dois grandes veios que alimentam a poesia de Manuel Alegre, o épico e o lírico, confluem numa irreprimível vocação órfica que dele faz o mais musical (e o mais cantável) dos poetas portugueses contemporâneos.»
Estreando-se na ficção com Jornada de África, em 1989, Manuel Alegre não deixa de arrastar para a prosa e pela prosa a sua vocação fundamental de poeta. «A poesia é a sua pátria», lembra Marie Claire Wromans, e confirma-o a prosa de A Terceira Rosa.
Para além das revistas e jornais já citados, Manuel Alegre tem colaboração dispersa por muitos outros jornais e revistas culturais, de que destacamos: A Poesia Útil (Coimbra, 1962), Seara Nova, o suplemento do Diário Popular «Letras e Artes», Cadernos de Literatura (Coimbra, 1978-), Jornal de Poetas e Trovadores (Lisboa, 1980-) e JL: Jornal de Letras, Artes e Ideias. Está traduzido para alemão, francês, italiano, romeno e castelhano, e incluído em antologias portuguesas e estrangeiras. Poesia sua, declamada por Mário Viegas, foi gravada em disco.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
10/2005
Em 1962, foi mobilizado para Angola, tendo aí participado numa tentativa de revolta militar, pelo que esteve preso no forte de São Paulo de Luanda, cárcere onde conheceu Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso. Libertado da cadeia angolana, foi desmobilizado e enviado para Coimbra em regime de residência fixa. Em 1964, exilou-se para Argel, onde viveu dez anos. Ali seria dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN), presidida por Humberto Delgado, e principal responsável e locutor da emissora de combate à ditadura de Salazar, «A Voz da Liberdade». Após o 25 de Abril, regressou a Portugal, passando a dedicar-se à política no seio do Partido Socialista de que é membro da Comissão Política. Fez parte do 1º Governo Constitucional e tem sido desde então deputado à Assembleia da República. É também membro do Conselho de Estado, do Conselho das Ordens Nacionais e do Conselho Social da Universidade de Coimbra.
Foi o primeiro português a receber o diploma de membro honorário do Conselho da Europa. Entre outras condecorações, recebeu a Grã Cruz da Ordem da Liberdade (Portugal), a Comenda da Ordem de Isabel a Católica (Espanha) e a Medalha de Mérito do Conselho da Europa.
Em Setembro de 2005 apresentou a sua candidatura à Presidência da República nas eleições agendadas para Janeiro de 2006.
Como poeta, começa a destacar-se nas colectâneas Poemas Livres (1963-1965), publicadas em Coimbra de par com o «Cancioneiro Vértice». Mas o grande reconhecimento dos leitores e da crítica nasce com os seus dois volumes de poemas, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), logo apreendidos pelas autoridades, mas com grande circulação nos meios intelectuais. Começando por tomar por base temática a resistência ao regime, o exílio, a guerra de África, logo a poesia de Manuel Alegre evoluiria num registo épico e lírico que bebe muito em Camões e numa escrita rítmica e melódica que pede ser recitada ou musicada. Daí ser tido como o poeta português mais musicado e cantado, e não só em Portugal, mas também, por exemplo, na Galiza (Grupo «Fuxan Os Ventos») e na Inglaterra (Tony Haynes, BBC). Daí Urbano Tavares Rodrigues: «Os dois grandes veios que alimentam a poesia de Manuel Alegre, o épico e o lírico, confluem numa irreprimível vocação órfica que dele faz o mais musical (e o mais cantável) dos poetas portugueses contemporâneos.»
Estreando-se na ficção com Jornada de África, em 1989, Manuel Alegre não deixa de arrastar para a prosa e pela prosa a sua vocação fundamental de poeta. «A poesia é a sua pátria», lembra Marie Claire Wromans, e confirma-o a prosa de A Terceira Rosa.
Para além das revistas e jornais já citados, Manuel Alegre tem colaboração dispersa por muitos outros jornais e revistas culturais, de que destacamos: A Poesia Útil (Coimbra, 1962), Seara Nova, o suplemento do Diário Popular «Letras e Artes», Cadernos de Literatura (Coimbra, 1978-), Jornal de Poetas e Trovadores (Lisboa, 1980-) e JL: Jornal de Letras, Artes e Ideias. Está traduzido para alemão, francês, italiano, romeno e castelhano, e incluído em antologias portuguesas e estrangeiras. Poesia sua, declamada por Mário Viegas, foi gravada em disco.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
10/2005

Bom Sucesso
Extenso areal nas margens da Lagoa de Óbidos, abrangendo até à saída para o mar. Fica em frente à Foz do Arelho e é dela separado por vários mouchões de areia para além da superfície de água da lagoa.
Perto, um miradouro com excelente vista sobre a Lagoa e Foz do Arelho (acesso de terra batida).
Praia acessível e Bandeira Azul desde 2021.
Pontos de interesse: http://www.freguesiavau.com/
Lagoa de Óbidos
Actividades piscatórias
Desportos náuticos
Arribas (fauna/flora)
Praias selvagens
Diversos pontos de miradouro
Percursos Pedestres:
Via Atlântica – PR7 (em fase de preparação)
Ecovia da Lagoa – PR4 (em implementação)
Perto, um miradouro com excelente vista sobre a Lagoa e Foz do Arelho (acesso de terra batida).
Praia acessível e Bandeira Azul desde 2021.
Pontos de interesse: http://www.freguesiavau.com/
Lagoa de Óbidos
Actividades piscatórias
Desportos náuticos
Arribas (fauna/flora)
Praias selvagens
Diversos pontos de miradouro
Percursos Pedestres:
Via Atlântica – PR7 (em fase de preparação)
Ecovia da Lagoa – PR4 (em implementação)