Herberto Hélder – Se houvesse degraus na terra
16 de Abril, 2021Eugénio de Andrade – Poema XVIII
16 de Abril, 2021Este céu passará
Este céu passará e então
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração
Este céu passará de Ruy Belo in “Coisas de silêncio”
teu riso descerá dos montes pelos rios
até desaguar no nosso coração
Este céu passará de Ruy Belo in “Coisas de silêncio”
Ruy Belo
[S. João da Ribeira, Rio Maior, 1933 - Queluz, Sintra, 1978]
Estudos de Direito, iniciados em Coimbra e concluídos em Lisboa. Entra em 1951 para a Opus Dei, que abandonará mais tarde. Doutora-se em Direito Canónico, em Roma, regressando a Lisboa em 1958. Tira o curso de Filologia Românica entre 1961 e 1967. Em 1971 vai para Madrid como leitor de Português, regressando em 1977 para dar aulas no ensino secundário no ano que precede a sua morte.
Foi chefe da redacção da revista Rumo. Ruy Belo traz à poesia portuguesa uma respiração rítmica que, mais do que da inspiração bíblica (a forma do salmo ou do versículo), visível no seu primeiro livro e, subterraneamente, nos seguintes, lhe vem do pano de fundo «filosófico» à luz do qual se projecta o universo imaginário do poeta. Não se trata de filosofia no sentido abstracto, teórico, do termo, mas na linha de uma fenomenologia que determina a passagem de cada dado particular de existência, culminando com o próprio facto da condição humana do poeta – que desse modo se vai expor até ao limite «dramático», ou trágico, da sua vida –, a sintoma de um absoluto que as palavras procuram traduzir. Daqui decorre que tanto se possa falar do jogo do pião, de heróis do efémero real (José Maria Nicolau, Marilyn Monroe) ou mítico (Billy the Kid), como de pintura, da passagem das estações, do amor e da morte. Todos estes temas são, finalmente, a expressão de um relacionamento único, na sua natureza, do poeta com o tempo e com a linguagem que o procura exorcizar, no que ele tem de relativo, conferindo ao ser essa duração – e dureza – da pedra (da estátua) susceptível de um desafio ao destino, emblematizado, entre outros, no exemplo de Pedro e Inês de A Margem da Alegria.
E são certamente a mesma sensibilidade e a mesma consciência poética que lhe informam os ensaios, também eles preferencialmente dedicados à poesia. Autor de traduções no âmbito da História - Marc Ferro e H.-I. Marrou – e de traduções literárias, designadamente obras de Saint-Exupéry, Federico García Lorca e Blaise Cendrars, prefaciou Pelo Sonho É Que Vamos, de Sebastião da Gama.
Colaborou em várias publicações periódicas, nomeadamente em O Tempo e o Modo e Ocidente.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999
Foi chefe da redacção da revista Rumo. Ruy Belo traz à poesia portuguesa uma respiração rítmica que, mais do que da inspiração bíblica (a forma do salmo ou do versículo), visível no seu primeiro livro e, subterraneamente, nos seguintes, lhe vem do pano de fundo «filosófico» à luz do qual se projecta o universo imaginário do poeta. Não se trata de filosofia no sentido abstracto, teórico, do termo, mas na linha de uma fenomenologia que determina a passagem de cada dado particular de existência, culminando com o próprio facto da condição humana do poeta – que desse modo se vai expor até ao limite «dramático», ou trágico, da sua vida –, a sintoma de um absoluto que as palavras procuram traduzir. Daqui decorre que tanto se possa falar do jogo do pião, de heróis do efémero real (José Maria Nicolau, Marilyn Monroe) ou mítico (Billy the Kid), como de pintura, da passagem das estações, do amor e da morte. Todos estes temas são, finalmente, a expressão de um relacionamento único, na sua natureza, do poeta com o tempo e com a linguagem que o procura exorcizar, no que ele tem de relativo, conferindo ao ser essa duração – e dureza – da pedra (da estátua) susceptível de um desafio ao destino, emblematizado, entre outros, no exemplo de Pedro e Inês de A Margem da Alegria.
E são certamente a mesma sensibilidade e a mesma consciência poética que lhe informam os ensaios, também eles preferencialmente dedicados à poesia. Autor de traduções no âmbito da História - Marc Ferro e H.-I. Marrou – e de traduções literárias, designadamente obras de Saint-Exupéry, Federico García Lorca e Blaise Cendrars, prefaciou Pelo Sonho É Que Vamos, de Sebastião da Gama.
Colaborou em várias publicações periódicas, nomeadamente em O Tempo e o Modo e Ocidente.
in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999
Usseira
Desanexada da freguesia de S. Pedro à qual sempre pertenceu, a freguesia de Usseira foi criada a 28 de Agosto de 1989 e tem por orago Santa Luzia. Aí se localiza o manancial de água que em tempos idos alimentou o aqueduto que abastecia a Vila de Óbidos, e que foi mandado construir em 1573 pela Rainha D. Catarina, esposa de D. João III.
Do património edificado destacam-se os templos de culto e os moinhos de vento. Sobre estes últimos escrevia, em 1928, Luís Freitas Garcia: “É um dos mais elevados pontos da região. O cimo de um monte com três moinhos a trabalhar, lançando aos ares a canção viva das olarias presas às velas... A paisagem diz riqueza. Numa manhã de sol resplandecente: e tem então o sabor esquisito duma écloga virgiliana”.
A capela de Santa Luzia é de uma beleza singular, tem um magnífico púlpito seiscentista de pedra que se diz proveniente do convento de S.
Miguel das Gaeiras e talvez o mais belo púlpito de todo o concelho. Este templo apresenta uma traça arquitetónica bastante interessante.
Para além dos montes onde se encontram os moinhos, é também um importante local de interesse turístico o Talefe.
A nível económico realçam-se na Usseira a agricultura, a floricultura, a indústria de mobiliário e a rede de frios, com o armazenamento de frutas e congelados.
Na gastronomia local destacam-se o pão de milho e trigo, o cozido à portuguesa e as carnes de porco que envolvem a tradicional matança do animal.
Apesar de ser uma freguesia recente, existem já algumas coletividades que promovem atividades de cultura, de lazer e sociais, como é o caso da Associação Recreativa e Cultural da Usseira e o Centro de Apoio Social e Cultural de Usseira.
Em abril de 2021 foi inaugurada a residência literária dedicada ao poeta Ruy Belo, na Vil de Óbidos. Uma parceria que resulta de a intenção dos herdeiros de Ruy Belo desenvolverem um trabalho de divulgação da sua obra, desejando igualmente promover novos projetos e incentivar o desenvolvimento de novas iniciativas literárias no âmbito da língua e literatura portuguesas. Esta residência conta com mais de 2 mil livros provenientes da biblioteca pessoal de Ruy Belo.
Pontos de interesse: http://www.freguesiausseira.pt/
Mãe d`água do Aqueduto
Aqueduto da Usseira
Capela Stª Luzia
Igreja Nª Srª do Rosário
Vários pontos de miradouro
Percursos pedestres:
Rota do Aqueduto - PR11 (em fase de implementação)
Rota das Águas – PR18 (em fase de preparação)
Do património edificado destacam-se os templos de culto e os moinhos de vento. Sobre estes últimos escrevia, em 1928, Luís Freitas Garcia: “É um dos mais elevados pontos da região. O cimo de um monte com três moinhos a trabalhar, lançando aos ares a canção viva das olarias presas às velas... A paisagem diz riqueza. Numa manhã de sol resplandecente: e tem então o sabor esquisito duma écloga virgiliana”.
A capela de Santa Luzia é de uma beleza singular, tem um magnífico púlpito seiscentista de pedra que se diz proveniente do convento de S.
Miguel das Gaeiras e talvez o mais belo púlpito de todo o concelho. Este templo apresenta uma traça arquitetónica bastante interessante.
Para além dos montes onde se encontram os moinhos, é também um importante local de interesse turístico o Talefe.
A nível económico realçam-se na Usseira a agricultura, a floricultura, a indústria de mobiliário e a rede de frios, com o armazenamento de frutas e congelados.
Na gastronomia local destacam-se o pão de milho e trigo, o cozido à portuguesa e as carnes de porco que envolvem a tradicional matança do animal.
Apesar de ser uma freguesia recente, existem já algumas coletividades que promovem atividades de cultura, de lazer e sociais, como é o caso da Associação Recreativa e Cultural da Usseira e o Centro de Apoio Social e Cultural de Usseira.
Em abril de 2021 foi inaugurada a residência literária dedicada ao poeta Ruy Belo, na Vil de Óbidos. Uma parceria que resulta de a intenção dos herdeiros de Ruy Belo desenvolverem um trabalho de divulgação da sua obra, desejando igualmente promover novos projetos e incentivar o desenvolvimento de novas iniciativas literárias no âmbito da língua e literatura portuguesas. Esta residência conta com mais de 2 mil livros provenientes da biblioteca pessoal de Ruy Belo.
Pontos de interesse: http://www.freguesiausseira.pt/
Mãe d`água do Aqueduto
Aqueduto da Usseira
Capela Stª Luzia
Igreja Nª Srª do Rosário
Vários pontos de miradouro
Percursos pedestres:
Rota do Aqueduto - PR11 (em fase de implementação)
Rota das Águas – PR18 (em fase de preparação)