A Voz Humana 2023
1 de Agosto, 2024Recital de Ópera 2023
1 de Agosto, 2024Double-Bill: A Voz Humana e La Serva Padrona
A Voz Humana, de Francis Poulenc
Libreto de Jean Cocteau
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La Serva Padrona, ópera em dois atos (intermezzi) de Giovanni Battista Pergolesi
Libreto de Antonio Federico Gennaro a partir de uma obra de teatro homónima de Jacopo Angelo Nelli
Récitas
10 de setembro · 17h00 (2º espetáculo às 19h00)
Libreto de "A Voz Humana" para download
Libreto de "La Serva Padrona" para download
A Voz Humana
Ficha artística
Jorge Balça, encenação
Rodrigo Teixeira, correpetição
Nuno Esteves (Blue), adereços
Marília Zangrandi, figurino
Zeca Iglésias, operação de luz
Ana Paula Menezes, direção de cena
Elenco
Elle — Marília Zangrandi, soprano
Rodrigo Teixeira, piano
La Serva Padrona
Ficha artística
Carlos Antunes, encenação
António Carrilho, direção musical
Natacha Costa Pereira, cenografia
Nuno Braz de Oliveira, figurinos
Nuno Esteves (Blue), figurinista em palco
Zeca Iglésias, desenho de luz
Fátima Sousa, caracterização
Ana Paula Menezes, direção de cena
Elenco
Serpina — Carla Caramujo, soprano
Uberto — Luís Rodrigues, barítono
Vespone — João Merino, barítono
José Carlos Araújo, cravo
Orquestra La Nave Va
António Carrilho, direção musical
Sinopse
Neste “double-bill” de ópera, explora-se o contraste impressionante entre duas mulheres distintas através de duas óperas: A Voz Humana de Francis Poulenc e La Serva Padrona de Giovanni Battista Pergolesi.
Na primeira parte do espetáculo, somos imediatamente transportados para o quarto de uma mulher atormentada. A personagem, Elle, está perdida numa conversa telefónica agonizante com o amante que a abandonou. A sua vulnerabilidade, o seu desespero e a sua solidão são palpáveis, com a música de Poulenc a intensificar cada emoção crua e cada silêncio pesado. Em Elle, vemos uma mulher confrontada com a perda e a rejeição, a sua humanidade exibida de maneira tão desarmante e realista que se torna impossível olhar para outro lado.
Na segunda parte, somos levados para uma atmosfera muito diferente com La Serva Padrona. Aqui, a esperta e astuta criada Serpina manipula o seu patrão, Uberto, para que este a tome como esposa. Diferente de Elle, Serpina exibe um sentido de poder e controlo, apesar da sua posição servil. Ela é inteligente, ousada e totalmente dona de si. A música de Pergolesi realça a sua sagacidade e a sua independência, mostrando que uma mulher pode assumir o controlo do seu próprio destino, mesmo quando o mundo parece estar contra ela.
A apresentação destas duas óperas num único espetáculo é, portanto, uma exploração das múltiplas facetas da feminilidade. Do quarto à sala de estar, do desespero à determinação, estas mulheres mostram-nos que não há uma única maneira de ser mulher. Cada uma delas, à sua maneira, mostra a sua força, seja ela emocional, intelectual ou social, desafiando as suas circunstâncias para encontrar a sua própria voz — uma voz profundamente humana.